Carnes perdidas

É tão estético, é tão poético ser quem se é Volte, se procure, se ache O caminho de volta é difícil, confuso Quanta ventania, tem até poeira e poesia Escurece e vejo o nada Clareia, estou perdida Não lembro daqui Ah! Lembrei que alguém me disse que eu ...

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É tão estético, é tão poético ser quem se é

Volte, se procure, se ache

O caminho de volta é difícil, confuso

Quanta ventania, tem até poeira e poesia

Escurece e vejo o nada

Clareia, estou perdida

Não lembro daqui

Ah! Lembrei que alguém me disse que eu era assim

Da verdade não me lembro exatamente, mas sinto que eu era assim

E gosto, e gozo

Gozo de ter sido 

Sido alguém

De alma livre

Malcriada, levada, irritada

Dona da própria verdade

Quem está em cima, quem está lá embaixo, tanto faz é tudo gente

Não ligo, trato igual

Me divirto com as cores da vida, suas escadas e rampas de descida

É preciso voltar, essa não cabe mais em mim, é grande demais

A vida convoca ao encaixe

Me espremo, aperto, me deformo

E perco minha carnes

Caras carnes

E vou existindo…